Foto: www.theguardian.com
( LEE HARWOOD )
( Inglaterra )
1939–2015
British poet Lee Harwood was born in Leicester and raised in Chertsey, Surrey.
He studied at Queen Mary College, University of London and soon became involved in the London poetry scene of the 1960s. T
he author of over 20 volumes of poetry, fiction, and translations, his poetry collections include Collected Poems 1964-2004, Selected Poems (2008), and The Orchid Boat (2014).
His work is influenced equally by Romantic poets such as John Clare and William Wordsworth and by 20th-century movements such as Dada, the Black Mountain poets, and the New York School.
Harwood lived in Brighton for much of his life and until his death in 2015.
TEXTS IN ENGLISH - TEXTOS EM PORTUGUÊS
OROB0R0 revista de poesia e arte. Curitiba, PR Editores Eliana Borges e Ricardo Corona N. 8 - - jun. – julho – agosto 2006
Ex. bibl. de Antonio Miranda
TEXTS IN ENGLISH
Nineteenth Century Poem
to say “on the edge of tears…”
hard to define
the tears rarely happening
rather it is a state
the confinement of loneliness
walking the streets with such pain
“friendships”?
“a sharing of interests” not the as “a mutual concern”
any fool can talk books, one way or another
A clump of yellow crocus in the Victory Gardens
The bright morning turning dark
Rain clouds in the early afternoon
Your state a result of whether you´ve eaten or not.
It´s that simple, brutal, often enough
To imagine, amongst all this flat language,
another place.
Rain journal:
London: June 1965
sitting naked together
on the edge of the bed
drinking vodka
this my first real love scene
your body so good
your eyes sad love stars
but john
now when we´ve miles apart
the come —down from mountain visions
and the streets all raining
and me in the back of a shop
making free phone calls to you
what can we do?
crackling telephone wires shadow me
and this distance haunts me
and yes — I am miserable
and lost without you
whole days spent
remaking your face
the sound of your voice
the feel of your shoulder
Poem for an Edinburgh room: Sky
waking
the clouds passing
outside your window
the room in he sky
a spaced-room filled with peace
and the quiet passing of time
as though nothing exists outside the room,
below the room,
except sky,
soft blue air
The town that does exist, but
for now is quiet, passive
The hills that embrace the town, and
the tall stone houses in that town
(barnacle bill the sailor)
are there, set there,
greens and greys,
and above them over all, the arc
of the sky where
I´m now floating
Brooklyn
The city isn´t necessary to our elegance
It´s not a matter of going back
to the land
but that kiss on the forehead
The wind is so strong and yet soft
almost tender
At night on the ferry — the lights of passing
[rugs and
freighters
It is hard, I know, to live without this,
“out of love” as they say.
What can I say? we kiss
with all the need and hope that
comes from this “lack”
You are beautiful the whiteness of hope that
comes from this “lack”
You are beautiful the whiteness of your breasts
We have this
The voyage was planned, but
an apple tree, young and uprooted, stood on the boards of
a small rowboat
“Soon I´ll be across the lake
you will be waiting in the forest cabin”
The scene had been rehearsed
but the set is very expensive
like my cabin and the drinks I never pay for
and with all this —
it is so strange to see all need one´s life spread out behind
like some vapour trail and the plane´s destination
or whereabouts are still far from clear
left pouring over maps as the night drones on
the kings we are not on time
nor they find what they spected
They passed through a series of parks and buildings
and ended drinking beer in the street
and eating cheap cakes whose freshness was doubtfull
but where does that lead?
they were glad to get home
through no one could fail to be impressed by the
forest and deserts of the continent — and, in
a way, their lives had gained a wholeness,
and a purpose in loving was clear to everyone
That the man loved the woman, and that
she loved him, became the only theme of importance
in both their lives
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de VIRNA TEIXEIRA
Poema do Décimo Nono Século
dizer “à beira das lágrimas...”
difícil definir as lágrimas raramente descendo
é antes uma condição
o confinamento pelas ruas com tanta dor
“amizade’?
“um compartilhar de interesses”, não o mesmo que “uma
preocupação mútua”
— qualquer idiota pode falar de livros de uma forma ou outra
Uma moita amarelo-ouro nos Victory Gardens
A manhã luminosa se tornando escura
Nuvens assim, brutal, muito frequente
Imaginar entre todas estas linguagens planas,
outro lugar.
Diário de chuva: Londres: Junho de 1965
sentados nus juntos
na beira da cama
bebendo vodka
esta minha primeira cena real de amor
seu corpo tão bom
seus olhos triste amor estrelas
mas john
agora que estamos milhas separados
a descida de visões da montanha
e as ruas todas chovendo
e eu nos fundos de uma loja
fazendo ligações de graça para você
que podemos fazer?
estalos dos fios de telefone me escurecem
e esta distância me assombra
e sim — estou miserável
e perdido sem você
dias inteiros gastos
refazendo o seu rosto
o som da sua voz
o toque do se ombro
Poema para um quarto de Edimburgh: Céu
sondando
as nuvens passando
fora da sua janela
o quarto no céu
um quarto-espaço repleto de paz
e a passagem quieta do tempo
como se nada existisse fora do quarto,
debaixo do quarto,
apenas o céu,
ar azul macio,
ar cinza macio
A cidade que existe, mas
por enquanto está quieta, passiva
As colinas que abraçam a cidade, e
as casas altas de pedra naquela cidade
(barnacle hill o marinheiro)
então lá, fixadas lá.
verdes e cinzas.
e sobre todos eles acima de tudo o arco
do céu onde
eu flutuo agora
Brooklyng
A cidade não é necessária para a nossa elegância
Não é uma questão de voltar
para a terra
mas aquele beijo na testa
O vento é tão forte e é ainda macio
quase terno
À noite na balsa — as luzes de rebocadores e cargueiros
que passam
É difícil, eu sei, viver sem isto,
“sem amor” como eles dizem.
Que posso dizer? nós beijamos
com toda a necessidade e esperança que
vem desta “falta”
Você é bonita a brancura dos seus seios
Nós temos isto
A viagem era planejada, mas
uma macieira, jovem e arrancada, permanece nas tábuas de
um pequeno barco a remos
“Logo terei cruzado o lago
você estará me esperando na cabina da floresta”
A cena tinha sido ensaiada
mas o cenário é muito caro
como minha cabina e as bebidas que eu nunca pago
e com tudo isto —
é tão estranho ver toda a vida desperdiçada
como algum rastro de vapor e o destino do avião
ou paradeiros ainda não estão definidos
partiram examinando mapas enquanto a noite ressonava
os reis não chegaram na hora
nem encontraram o que esperavam
Eles passaram por uma série de parques e edifícios
e terminaram bebendo cerveja na rua
e comendo bolos baratos cuja validade era duvidosa
mas onde aquilo leva?
eles estavam felizes em chegar em casa
embora ninguém pudesse deixar de se impressionar pelas
florestas e desertos do continente — e, de
certa forma, suas vidas tinham ganho uma completude,
e um propósito em amar estava claro para todos
Que o homem amava a mulher, e que
ela o amava, tornou-se o único tema de importância
nas sus vidas
*
VEJA E LEIA outros poetas do MUNDO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/poesiamundialportugues.html
Página publicada em dezembro de 2023
|